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Conferência enfatizou a importância da Assistência Social como direito de todos os cidadãos, e não como ajuda
Com a presença do vice-prefeito José França, do curador da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Sr. Jorge Nishimura, dos vereadores Cláudia Bento e Kadu, da presidente do Fundo Social, Marlene França, do Secretário de Assistência Social, Lucas Baldacini, da diretora Adriana Borrasca, da presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Maria Olivia Destro, demais autoridades, representantes de entidades, da sociedade, conselhos e servidores da saúde, assistência social, educação e outras pastas, o CMAS, em parceria com a Prefeitura de Pompeia, realizou na manhã desta sexta-feira (27) a 13ª Conferência Municipal de Assistência Social com o tema “Assistência Social: Direito do povo e Dever do Estado, com financiamento público, para enfrentar as desigualdades e garantir proteção social”. O evento foi realizado no Instituto de Desenvolvimento Familiar “Chieko Nishimura”.
“Nesses quase dois anos em que estamos nos adaptando à pandemia do novo Coronavírus, o papel fundamental das políticas públicas da área da Saúde e da Assistência Social ficou muito evidente. A importância de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros que atuaram na linha de frente do combate à COVID foi destacada muitas vezes, justamente. Mas nós que vivemos o dia a dia do Município, que é onde as pessoas vivem, sabemos que tão importante quanto, são os agentes da assistência social, que visitam, ouvem, acolhem, sabem das dores e dificuldades de todos, auxiliam na busca por soluções para os problemas, levam informações, acompanham e inserem famílias em situação de vulnerabilidade nos projetos sociais e assistenciais. Para esse trabalho ser bem realizado é preciso gostar de gente, amar o povo, ter paciência, atenção, cuidado e também muita competência”, disse o vice-prefeito França.
A conferência exaltou a importância da Assistência Social como direito de todos os cidadãos, e não como ajuda, aprofundou conceitos, esclareceu ainda mais os direitos da população e os deveres das administrações, independentemente do seu nível. Além das formas para enfrentar e combater a desigualdade social e a atuação da Assistência e dos Conselhos durante e após a pandemia, com preparo técnico e investimentos para os setores enfrentarem problemáticas que surgirão na sociedade e o olhar humano para as necessidades.
“Muitas coisas aconteceram na pandemia, eu tenho o olhar do Brasil todo e do mundo. E aí eu posso dizer que são peças fundamentais. Tem que ter preparo técnico, acolhimento, tem que ter financiamento para os conselhos. Eu acredito nessa proposta de conselhos, pois ela é hoje uma proposta social, é uma política pública da seguridade social, que abrange três políticas: saúde, assistência social e previdência social”, disse a professora universitária Marilia Vilardi Mazeto, que palestrou no evento.
Com foco em diversos setores da comunidade, como no fortalecimento das famílias, a Conferência debateu como o estado deve apoiá-las em seu protagonismo e autonomia, respeitando suas características. A atuação da Secretaria Municipal da Família foi exaltada, que com a parceria do Instituto de Desenvolvimento Familiar “Chieko Nishimura”, exerce um importante trabalho de apoio, compartilhamento de conhecimentos, acolhimento e a realização de ações importantes, como o Programa Cesta de Bebês, que entregou mais de 100 kits para os futuros pompeianos nesse ano.
“A pessoa tem que gostar do que faz para atender as pessoas bem. O povo de Pompeia merece ser atendido com atenção, com carinho, mesmo quando não temos a solução para os problemas. Muitas pessoas às vezes não precisam de cestas básicas, precisam de um abraço, de um afago, de atenção”, disse Marlene França, presidente do Fundo Social.
O curador da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Sr. Jorge Nishimura, utilizou da sua experiência para explanar sobre a importância da família na formação social.
“Tenho mais de 30 anos de experiência em relacionamento com a família em vários aspectos. E tenho me dedicado e sei que Deus me chamou para ajudar realmente a fortalecer as famílias de diversas formas. Nós estamos aqui nesse Instituto, que chama Instituto de Desenvolvimento Familiar “Chieko Nishimura”. Esse Instituto foi criado por mim, mas esse prédio foi construído pelo meu pai. Quando minha mãe faleceu, meu pai queria fazer uma homenagem para ela, pois meu pai foi um homem extremamente honrado, recebeu tantas homenagens, foi honrado tantas vezes e minha mãe sempre na retaguarda. Eu lembro que ele estava procurando uma forma e surgiu a ideia de construir esse prédio para ser uma escola. E minha mãe tem tudo a ver com escola, minha mãe foi professora, ela veio professora do Japão para cá. Minha mãe foi uma poetiza, ela escrevia em forma de tancas que eram frases, como provérbios, que refletiam o momento, o sentimento que ela tinha em relação a alguma coisa. Naturalmente não tem rima, por que foi traduzido. Em japonês tinha rima, e em português perde a rima. Então ela começa assim: “logo que chegamos fomos morar em um barraco, ao lado da marcenaria, que por ser abandonado não nos custava nada”. Ela está falando a respeito da chegada em Pompeia, quando foi morar em um barraco abandonado. A outra coisa que ela cita: “quando casei, meu marido disse que não tinha forças para sustentar-me, mas não houve um único dia que faltasse comida”. Aqui mostra um pouco dessa preocupação que meu pai tinha em conseguir comida para poder alimentar a sua família. “Chove continuamente e os pijaminhas das crianças custam a secar, estou desmanchando saco de arroz para fazer mais pijamas”. Então, era uma vida de muita humildade. Desmanchar um saco de arroz para fazer pijaminhas e esses são pijaminhas que eu usava. Ela fazia pra gente. “Escuto a voz alegre da minha filha gritando para a vizinha 'novamente nasceu um menino’. Minha mãe teve sete filhos. A única filha, a mais velha, e depois seis meninos. E no meio dessa jornada de nascer os seis filhos a minha mãe conta essa história, a filha dizendo para vizinha "olha nasceu mais um menino" e um detalhe, minha mãe não teve um ajudante para ajudar nos afazeres. Eu me lembro, a primeira vez que minha mãe teve um ajudante foi a Madalena e eu já era adolescente, e eu sou o mais novo. Então são 7 filhos que minha mãe cuidou, que meu pais cuidaram, sozinhos. Vida difícil, muito trabalho, vocês podem imaginar (...) Então quando estou falando para vocês, muita gente nos olha hoje como uma família muito bem-sucedida, e de fato somos, mas teve uma origem e nem sempre foi assim. Morar em uma casa abandonada não é legal, não é bacana, mas foi assim a origem”, disse Jorge.
Em grupos, os participantes discutiram e apresentaram propostas para a Assistência Social de acordo com o tema da Conferência. Além disso, foi realizada a votação para a escolha dos delegados que representarão Pompeia.
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